ATENÇÃO | PROJECTO EM FASE DE CRIAÇÃO

Criação e Interpretação | Sofia Kafol
Apoio à Dramaturgia | Carlota Lagido
Apoio ao Movimento | Tiago Martins
Figurinos | Sofia Kafol | Ana Cristina Aguiar Rodrigues
Direção Técnica e Desenho de Luz | Naiana Padial
Produção | Sofia Kafol
Filme, Fotografia e Design | João Sanchez
Olhares Externos | Joana Cunha Pinto | Beatriz Sarmento | Giullia Romitelli
Apoios e Residências | Fundação GDA | Novos Materiais - MATERIAIS DIVERSOS | OPART, E.P.E./ESTÚDIOS VICTOR CÓRDON, no âmbito do Programa Em Trânsito, em colaboração com a MATERIAIS DIVERSOS | PEDRA DURA Festival | Fundação SERRALVES | Espaço PARASITA | A PiSCiNA | SEKOIA Artes Performativas | Polo Cultural Gaivotas Boavista - Câmara Municipal de Lisboa | Pagárrenda | MEIO DO MATO - Associação Cultural | Atopémonos Bailando [Espanha] | Danza STEP [Itália]
“Estou na floresta.
Erguida, estou na floresta.
Na noite funda, estou na floresta.”
VORACE significa voraz, em italiano. VORACE é um solo para um corpo na sua arena, suportado pela capacidade pulmonar da performer e muitos pom poms, aliados da reverberação do ritmo que constrói a voracidade deste corpo.
VORACE surge na desconstrução de um corpo que se identifica como mulher cis - ensopado em ballet - moldado pela sociedade.
Disponibilizo o meu corpo ao seu ritmo permeável, entre a frustração e a aceitação, o prazer e a violência. A voracidade está na base do desejo de chegar a mim própria. A voracidade é o que me faz abrir a boca, também quando tenho medo, também quando “estou na floresta.”


VORACE é fundamentalmente atravessado pelo ato da repetição; desde repetições em acumulação de gestos singulares até a repetição de completos trechos coreográficos. Enquanto intérprete, estou numa constante insistência. Sirvo-me assim da repetição como se fosse um gerador: um trampolim que me permite alcançar novos estados físicos, mentais e emocionais.
A insistência quer provocar.
Quero repetir porque preciso repetir. Quero repetir para mostrar que sou capaz. Que sou forte, corajosa, confiante, bonita, a mais voraz de todas.
Ainda não sei qual será o destino. Irei terminar este solo empoderada? A outra opção é deixar-me afogar na cultura do constante auto-melhoramento, detoxes e glow ups. Ainda não sei qual será o destino.
VORACE surge de narrativas pessoais para expandi-las e repensar projeções e estruturas que sistematicamente aprendemos a carregar. Desafio-me a expandir o meu corpo de trabalho a um corpo mais total e humano, a qual carnalidade reside também no respiro e na voz. Com VORACE quero ir além do corpo que me é permitido ser e resgatar o corpo que desejo ocupar.